sábado, 29 de outubro de 2011

Areia (por Rafael orsatto)

Carrego em meus olhos resecados de areia
Perguntas que nunca desejei perguntar
Agora so me resta a lua clara e culta
Abro meus braços sem nimguem para braçalos
Meninos de rua carregados de pecados e luxuria
Derramei minhas lagrimas sobre meu coração
Coração calado,inculto,tragico e profundo.

SONETO CV (William Shakespeare)

Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Álvaro de Campos

"Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água."

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

É isso que da!!!!!!!!!

É isso que da acreditar em falsas flores
que de tao lindas acabam por serem de plastico
É isso que da ser um troxa como eu sou
E da nisso msm odio amor se misturando num só

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Willian Shakespear

"Quando em desgraça aos olhos da Fortuna sigo
desprezado pelos homens, e minha sorte choro,
praguejo contra os céus insensíveis, deploro
meu destino, e em protesto inútil me maldigo.
E invejo os ricos, e, num momento,
desejo também ter prazeres, alegrias,
tudo o que à alma traz contentamento
e de amizades enche o passar dos dias...
Mas quando estou assim desolado, e penso em ti,
tal como a cotovia ao raiar da madrugada,
canto hinos à espera do sol do novo dia,
e me sinto feliz, e sou rico talvez,
pois a lembrança de teu amor é tão encantada
que nem quero mais trocar meu Destino e nem invejo os reis!"

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Rosa De Hiroxima (Vinícius de Moraes)

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

By Rafael orsatto

Se um dia tiver um coração
Vou conectalo a minha mente
e quem sabe poderei amar
Se um dia tiver olhos
Vou mostrales suas fotos
e quem sabe poderei chorar
Se um dia tiver seu amor
Quem sabe poderei ter uma boca
e assim aprender a sorrir

Um poema que acabei de escrever ( Rafael orsatto)

Hoje jurei para min mesmo
Que numca mais vou me apaixonar!
Cansei das falsas promesas e dos beijos atoa
A menina dos olhos vermelhos numca mais será
a mesma pessoa que costumava ser!
E agora oque devo fazer?
Vou mergulhar em profunda lua e luar!
Para min tudo acaba hj!

Monólogo Mundo Moderno (de Chico Anysio)

“Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial.

Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.

Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.


Simplesmente um gênio dos nosso tempos! Vale a pena comferir.

Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.”

Soneto (Cláudio Manuel da Costa)

Quem deixao trato pastoril amado
Pela ingrata, civil correspondência,
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.

Que bem é ver nos campos transladado
No gênio do pastor, o da inocência!
E que mal é no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!

Ali respira o amor, sinceridade;
Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trat a mentira, outro a verdade.

Ali não há fortuna que soçobre;
Aqui quanto se observa, é variedade;
Oh ventura do rico! Oh bem do pobre!

Uma Pequena homenagem a essa grande banda que deixou saudades!



                        Perfeição(Legião Urbana)



Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...


Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...


Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...


Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...


Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...


Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...


Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...


Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...


Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...


Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...


Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...

William Shakespeare

Um dos meus escritores preferidos.

“Vovê diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove.
Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha.
Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra.
É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.“

Aos Baianos (Gregorio de matos)

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabna e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freuqente olheiro
Da vida do visinho e da vizinha,
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha
Para o levar á praça e ao terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés aos homens nobres;
Posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados:
Todos os que não furtam, muitos pobres:
Eis aqui a cidade da bahia.

Os Luziadas(estrofes iniciais) Camões

As armas e os barões assinalados
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana.
E em perigos e querras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
Novo Reino que tanto sublimaram.

E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o império, e as terras viciosas
Da Afríca e da Asía andaram devastando,
Se vão da lei da morte libertando,
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar engenho e arte.

Clíndrico Silêncio Notúrnico.( Jair Pedroso da Silveira)

Há entre o escuro véu da noite
uma áurea de loucos poetas;

Ao longe ouve-se a melodia.
Um grito perfura a negritude
da noite,
dos homens,
espantando o silêncio do vale!

Nus, eles partem em busca da glória,
despindo pela estrada versos e rimas;

Nunca conseguirão ferir o horizonte,
a montanha é um guardião sagrado;
Há sobre o diagrama do infinito
um silêncio cilíndrico, poético!

A Estrela ( Manuel Bandeira)

Vi uma estrela tão alta.
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.

Por que de sua distância
Para minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?

E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste no fim do meu dia.